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terça-feira, 14 de setembro de 2010

A arte e a deficiência

A muitos artistas hoje em dia e antigamente que mesmo sendo deficiêntes, deram a volta por cima e fizeram bastante sucesso. Um belo exemplo disso é o escultor Antônio Francisco Lisboa que também era chamado de Aleijadinho
Antônio Francisco Lisboa nasceu em Vila Rica (hoje Ouro Preto), por volta de 1730, sendo filho de um arquiteto português (Manoel Francisco Lisboa) e de uma sua escrava (Isabel). Com saúde plena e sem problemas físicos até seus 47 anos de idade, era um mulato baixo e meio gordo, de forte personalidade e muito perseverante. Aprendeu a ler e a escrever, adquiriu noções de música e de latim, estudou desenho e praticou com todo empenho aspectos de arquitetura e escultura na oficina de seu pai e com mestres da época.
Só começou a sentir os efeitos limitadores de sua misteriosa doença no ano de 1777, quando os médicos de então supunham tratar-se de escorbuto, sífilis ou da propalada zamparina. Médicos que estudaram sua vida e as características de suas lesões hoje consideram tratar-se de tromboangeíte obliterante. Devido a esse mal, aos poucos foi perdendo seus membros superiores e inferiores. Com o tempo, por quase não poder andar, quando viajava para longe, usava um burro; quando ia para perto, ia nas costas de seu escravo Januário. Conseguia trabalhar com o auxílio de seus escravos, com os instrumentos amarrados às suas mãos quase sem dedos.
Mas mesmo com todas as dificuldades, seus méritos continuaram indisputados.
Certamente devido a um certo sentimentalismo lusitano que prevalecia no Brasil, começou a ser reconhecido como o
Aleijadinho e não como Mestre Antônio Francisco Lisboa, como seus contratos reconheciam.